terça-feira, 11 de maio de 2010

Somos os sócios de um seleto Clube

Existe uma tendência tecnicista, uma visão determinista de que a tecnologia trará sempre e somente benefícios no seu trajeto. A tecnologia da informação traria benefícios para todos. Mas a exclusão está emparedada por fatores como educação, renda, decodificação dos códigos, infraestrutura de informação entre outros. A inclusão depende, também, do indivíduo ter condições cognitivas para se apropriar da informação recebida, em qualquer formato, e usá-la em seu proveito e para seu desenvolvimento.
Pela facilidade disponibilidade e de acesso à informação em formato digital tem um ambiente que facilita a inclusão pelo acesso e potencial uso dos conteúdos em acervos eletrônicos. Mas este esforço para aumentar a inclusão não pode ficar restrito a preleção de uma política. O discurso lançado e mediado pela informação não se transforma, sem intervenção, em um programa dinâmico. O discurso em si é só uma peça a mais de informação, que fica sempre no espaço da esperança, de uma promessa que é escrava das palavras. Discursos só se realizam nas ações que se orientam por uma premissa prática, uma racionalidade finalista. "Os discursos mentem, ou jamais conseguem dizer suficientemente claro.....É uma representação, eficacíssima, de como através de sucessivas interpretações uma mensagem é desconstruída e levada a exprimir somente aquilo que o emitente queria dizer...." [Umberto Eco, Entre a mentira e a Ironia]*
Um recente artigo de jornal do Rio de Janeiro trouxe de volta a lembrança do discurso contido no programa da "Sociedade da Informação no Brasil" que defende a universalização do saber para todos. Mas um indicador de enorme complexidade nos mostrou no último Censo que a "taxa percentual", da nossa população que possui 14 anos de estudo - o segundo grau completo - é de cerca de 15 % da população; isto é somente 15 % da população teriam com o 2º grau melhores condições para traduzir a informação recebida em conhecimento inovador.
Estes são dados do censo de 2000 e, em números absolutos, a quantidade de pessoas modificou muito nos últimos dez anos, mas a "taxa de 15 %" representa uma relação e é uma barreira conjuntural não resolvível rapidamente no médio prazo. Nestes dez anos estaria, acredito, no entorno de 15 a 20 por cento. Se aplicada esta taxa teríamos hoje um grupo pequeno de pessoas em condições adequadas para usufruir plenamente do conhecimento gerado pelos estoques de informação institucionalizados e disponibilizados no país.
Também, em abril de 2010 um novo dado importante* nos mostra que dos 5.500 municípios do Brasil só 1.200 tem suas bibliotecas municipais* conectadas a Internet, mesmo assim ligadas com uma infraestrutura de acesso lenta e inadequada. Assim a realidade nos obriga a ver a exclusão informacional além do discurso. Ela mostra que não estamos sequer perto de uma sociedade da informação universal seja ela digital ou não. Existem os afortunados da banda larga, os que finalizaram uma universidade habitando um seleto "Country Club" da informação.
Estas evidências ou tendências deveriam pautar a agenda de reflexão e as ações de todos aqueles envolvidos com as práticas da informação: os formuladores de políticas, os profissionais da área, mestres, alunos e as sociabilidades de convivência em rede.

(AAB)

também em http://aldobarreto.wordpress.com/


Notas (*)

- Umberto Eco, Ente a mentira e a ironia, Ed. Record , Rio de Janeiro, 2006

- Censo das Bibliotecas Públicas Municipais, Ministério da Cultura (MinC), abril 2010

quinta-feira, 29 de abril de 2010

NAMORE UM BARRIGUDINHO

O texto a segui é de uma pisicóloga, especialista em sexologia....

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Tenho um conselho valioso para dar aqui: se você acabou de conhecer um rapaz, ficou com ele algumas vezes e já está começando a imaginar o dia do seu casamento e o nome dos seus filhos, pare agora e me escute! Na próxima vez que encontrá-lo, tente disfarçadamente descobrir como é sua barriga.

Se for musculosa, torneada, estilo `tanquinho´, fuja! Comece a correr agora e só pare quando estiver a uma distância segura. É fria, vai por mim.

Homem bom de verdade precisa, obrigatoriamente, ostentar uma barriguinha de chopp. Se não, não presta. Estou me referindo àqueles que, por não colocarem a beleza física acima de tudo (como fazem os malditos metrossexuais), acabaram cultivando uma pancinha adorável. Esses, sim, são pra manter por perto. E eu digo por quê.

Você nunca verá um homem barrigudinho tirando a camisa dentro de uma boate e dançando como um idiota, em cima do balcão. Se fizer isso, é pra fazer graça pra turma e provavelmente será engraçado, mesmo. Já os `tanquinhos´ farão isso esperando que todas as mulheres do recinto caiam de amores - e eu tenho dó das que caem. Quando sentam em um boteco, numa tarde de calor, adivinha o que os pançudos pedem pra beber? Cerveja! Ou coca-cola, tudo bem também. Mas você nunca os verá pedindo suco. Ou, pior ainda, um copo com gelo, pra beber a mistura patética de vodka com `clight´ que trouxe de casa.

E você não será informada sobre quantas calorias tem no seu copo de cerveja, porque eles não sabem e nem se importam com essa informação. E no quesito comida, os homens com barriguinha também não deixam a desejar.

Você nunca irá ouvir um ah, amor, `Quarteirão´ é gostoso, mas você podia provar uma `McSalad´ com água de coco. Nunca! Esses homens entendem que, se eles não estão em forma perfeita o tempo todo, você também não precisa estar. Mais uma vez, repito: não é pra chegar ao exagero total e mamar leite condensado na lata todo dia! Mas uma gordurinha aqui e ali não
matará um relacionamento. Se ele souber cozinhar, então, bingo! Encontrou a sorte grande, amiga. Ele vai fazer pra você todas as delícias que sabe, e nunca torcerá o nariz quando você repetir o prato. Pelo contrário, ficará feliz.

Outra coisa fundamental:
Homens barrigudinhos são confortáveis!

Experimente pegar a tábua de passar roupas e deitar em cima dela. Pois essa é a sensação de se deitar no peito de um musculoso besta. Terrível!

Gostoso mesmo é se encaixar no ombro de um fofinho, isso que é conforto. E na hora de dormir de conchinha, então? Parece que a barriga se encaixa perfeitamente na nossa lombar, e fica sensacional.

Homens com barriga não são metidos, nem prepotentes, nem donos do mundo.

Eles sabem conquistar as mulheres por maneiras que excedem a barreira do físico. E eles aprenderam a conversar,a ser bem humorados, a usar o olhar e o sorriso pra conquistar. É por isso que eu digo que homens com barriguinha sabem fazer uma mulher feliz.

CARLA MOURA
PSICÓLOGA, ESPECIALISTA EM SEXOLOGIA

quarta-feira, 17 de março de 2010

Publicado no Blog da Profa. Edilza em resposta ao texto CENSURA NA SEIR

Profa. Edilza...
Escrevo mais uma vez em seu blog pq como falei anteriormente não gosto dessa maneira de expor figuras do PT, muito menos da DS em seu blog, pois parece que é uma vingança à sua forma de saída do governo e, por conseguinte, da tendência.
Eu trabalho na SEIR, sou agente de integração do Xingu. O que o Paulo falou parece coisa de quem saiu frustado do governo e tenta se vingar contando coisas que não são verdadeiras. Fofoquinhas de bastidores, coisa de quem saiu ressentido e busca por ferrar outrem para poder se sentir bem. A minha avó chamava isso de "gentinha".
Me sinto mais ofendido ainda pela Sra. publicar tal comentário malicioso, que expõe principalmente a figura do André Farias, uma das pessoas que lhe defendia dentro do governo e da tendência, uma pessoa que, como a senhora, frenquenta a casa da governadora, ou seja, goza da confiança de Ana Júlia.
Os problemas financeiros não são da SEIR, são do governo. Isso é público e notório e se eu fosse a governadora nessas horas eu tiraria das secretarias chamadas meio, como é o caso da SEIR, para colocar mais carteiras nas salas de aula e ou comprar mais medicamentos... Isso é normal, cortar na carne, o próprio presidente Lula em momentos de crise faz isso...
Com relação ao Luiz Chaves, por exemplo, ele foi exonerado porque foi trabalhar em uma prefeitura do Lago de Tucuruí, ou seja, ele mesmo preferiu sair pois lá tinha melhores condições financeiras e profissionais, além do que ele vai ficar na "ilharga" da sua família que mora em Tucuruí.
Agora, chamar o Marco Antonio, de fanfarrão, isso já é de extrema deselegância. O Marco tá saindo da SEIR e deve ter seus motivos para isso. E foi uma saída onde ele comunicou todo mundo, o secretário, os outros diretores e inclusive nós agentes do interior. Pois esse é o perfil do Marco, sair sem causar tumulto e/ou barulho. Coisa que muita gente precisa aprender dentro desse partido e desse governo. Ele acha que já deu sua contribuição à Secretaria e ao Governo. O Marco é um cara bastante calmo e comedido, nunca um fanfarrão. E dizer que ele perseguiu o Cidade não é verdade. Com relação ao Ronaldo e o Elizeu, eu tenho certeza que ele cumpriu o que tinha sido ordenado a ele.
E quanto preconceito Paulo, chamar o ótimo profissional como o Paulo Lessa de bajulador e o outro de "puxa saco". Isso nem parece vc cara. É como se a gente ligasse quando corria nos corredores que vc era "viado"... a gente nem levava isso em consideração.. pq mesmo vc optado por ser viado, era um ótimo profissional, e é isso que importa realmente, não teu jeito de ser ou tua opção sexual e/ou religiosa...
Outra coisa, não é só na SEIR que os chamados DAS se sentem inseguros, pq a vida do DAS é assim mesmo. Uma hora vc tá, outra não. É assim em qualquer secretaria e em qualquer governo.
Sinceramente me parece que você não aprendeu nada enquanto esteve na SEIR e conviveu com várias pessoas por ali. Os nossos problemas, as nossas diferenças a gente resolve nos fóruns internos, não precisa publicizar. Mas eu te entendo, afinal não és da estrutura desse partido, como afirmas, muito menos dessa tendência. Tu eu até que desculpo por essa babaquice de querer jogar o nome da SEIR e de tabela do André Farias na lama. O que eu não consigo entender é o que a profa. Edilza ganha publicizando isso em seu blog... será q vale à pena jogar essas coisas polêmicas no ar só pra garantir o recorde de acessos desse mês?.?.?.?
E da próxima vez que a sra. for publicar algo de uma secretaria em seu blog, procure saber antes os 2 lados, pq sempre há 2 lados. Não exponha figuras como o Marco, ele não merece isso de sua parte, muito menos o André Farias.
Sou agente de integração sim, preenchedor de planilha, fotógrafo, fofoqueiro de regionalização. Tem mais coisa Paulo que você esqueceu na sua fanfarra, que a própria Ana Júlia já falou em público, somos os olhos e os ouvidos da governadora. E fazemos tudo isso com a razão dos investimentos que melhoram a vida das pesoas na base, mas ao mesmo tempo com a emoção de ter em nosssa geração o currículo de quem ajudou a eleger a primeira mulher governadora do Pará.
Temos história, ela não começa e nem termina na SEIR, mas sem dúvida a oportunidade que nos deu, em primeiro lugar a governadora e em segundo o secretário André Farias, de nos tonarmos pessoas melhores e ajudarmos a mudar esse imenso Pará. Estando dentro ou fora do governo.
Essa vai ser a lição que eu vou levar daqui. É isso que nos diferencia de você Paulo, pois eu duvido que algum agente saia da SEIR com essa mágoa rancorosa que vc publicizou aqui. E mesmo que saia, nossas desavenças serão enfrentadas e debatidas em outros momentos.
No mais Vamos à luta, eleger Dilma Presidente, reeleger Ana Júlia Governadora e Paulo Rocha Senador, isso é o que realmente importa.

terça-feira, 16 de março de 2010

Postado no blog do greenpeace

Eu entrei no debate sobre Belo Monte devido algumas informações que acredito q não são verdadeiras nesse processo.
Não quero aqui fazer a defesa dos governos, se eles estão certos ou errados, ou se há incompetentes por lá. Isso porque acredito que gente incompetente tem em todo lugar e de boas intenções o inferno está cheio.
Eu defendo Belo Monte por acreditar na democracia desses governos, pois hoje podemos dizer sem dúvida que além de um grupo de técnicos envolvidos no processo, a população está sendo ouvida. Isso é sem dúvida inédito na forma de conduzir grandes obras na Amazônia.
Como morador de Altamira há 8 anos, acredito sim que esta obra trará grandes impactos ao meio ambiente, mas acredito ainda que esses impactos serão bem menores que queimar um milhão de barris de petróleo como Manaus faz atualmente no "coração da Amazônia".
Quanto aos índios, a abertura da Transamazônica fez muito mal a eles, pois foi feita de forma arbitrária e com vários conflitos que foram encobertos na época. Mas hoje os que serão diretamente afetados por Belo Monte, segundo o estudo são 226 índios Paquiçambas, Araras, e Jurunas, como seu Manoel, cacique Paquiçamba, que hoje vive da pesca do Tucunaré e que sem dúvida vai precisar de muito apoio para manter sua atividade. Há ainda os indigenas que vivem na cidade fora das aldeias, esses já convivem com uma condição de vida muito aquém do que deveriam.
Relatei aqui a condição indígena pq acredito que um órgão como a FUNAI, que aliás tá no processo de Belo Monte, não como um mero coadjuvente, mas como protagonista na interlocução com os indígenas e sempra na defesa de seus direitos. A FUNAI não deixará jamais que essa obra interfira na vida secular dos índios sem garantir o cumprimento dos seus direitos emquanto cidadãos brasileiros afetados por um grande empreendimento na Amazônia.
Além da FUNAI, existem os órgãos de defesa dos direitos indígenas, pois como já relatei, essa obra, que é sim muito importante para o Brasil, ela conversa com todo mundo, num diálogo nunca antes visto em nossa história.
É esse movimento de debate às vezes muito acalorados que incomoda muita gente... a democracia é feita de embates, de movimento, não de aceitar as imposições, da inércia..
Ao debate

O bom debate sobre Belo Monte -postado no blog da Ana Júlia

segunda-feira, 15 de março de 2010

O bom debate sobre Belo Monte

Dia de reuniões pra preparar as atividades da semana, reunir o grupo de gestão do nosso governo. Dia em que recebo em audiência o procurador de Justiça, Geraldo Rocha e também Aurélio do Carmo.

No blog, Belo Monte toma conta do debate aqui e aqui. E na caixinha de comentários, Chico Feitosa Jr. diz conversando com leitores do artigo Por que Belo Monte?
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Eu moro em Altamira há 8 anos.

Nesse meio tempo, tive a oportunidade de estar nos 2 lados do processo Belo Monte e posso afirmar com muita tranquilidade hj que nós temos uma oportunidade única de fazer de um grande projeto uma mudança significativa na qualidade de vida das pessoas dessa região.

Não vou me ater na questão científica disso, até pq ela não tem nada a ver com Belo Monte pois temos estudos desde o final da década de 70.

Mas quero deixar aqui uma questão ao Paulo Miranda: quer dizer q a energia hidráulica de Belo Monte vai agredir mais o meio ambiente do que os um milhão de barril de petróleo que Manaus queima para se manter?

Eu não acredito nisso.

Mas voltando ao debate que compete é que eu defendo Belo Monte, desde que nós possamos participar do processo de implementação do empreendimento. É essa democracia no processo que o Governo Lula e Ana Júlia estão colocando no processo que incomoda muita gente.

E é justamente por isso que há tanta manifestação contrária, pq agora PODE isso é respeitado no processo, inclusive muitas mudanças que o projeto Belo Monte sofreu foi justamente por causa da pressão da sociedade civil organizada.

Termino aqui por hj, mas temos muitos subsídios para o debate.

segunda-feira, 1 de março de 2010

Para o mano Caetano

Tem coisas que a gente não espera ver nunca na vida, Caetano.

Não me refiro à sua agressão gratuita ao presidente Lula, porque já cheguei à conclusão de que quando você não tem o que dizer, diz alguma coisa assim mesmo, uma besteira qualquer, para ver se as pessoas não esquecem de você.

Mas eu não esperava que a própria dona Canô viesse lhe dar um esporro público. E não esperava ver a elegância com que o homem que você chamou de grosseiro e cafona reagiu diante disso, e com um gesto simples, um telefonema de nada, colocou as coisas em seu devido lugar e mostrou quem é grosseiro e quem é realmente elegante.

Eu não consigo lembrar de alguma ocasião na política brasileira em que um presidente tão atacado do ponto de vista pessoal — não por você, que cá entre nós suas opiniões políticas não são lá muito dignas de crédito ou atenção, mas por uma imprensa especializada em mentira e em se aproveitar de declarações infelizes de bobos alegres — tenha sido capaz de um gesto de tanta classe, e ao mesmo tempo tão simples.

É isso que você chama de cafonice, Caetano? Um homem que, mesmo agredido, consola a mãe do agressor? É isso que você chama de cafonice e grosseria?

O mais engraçado em tudo isso é que para você o Lula é analfabeto, mas o casca-grossa, o grosseiro e ignorante em toda essa história foi você. Agrediu um homem desnecessariamente, e em vez de conseguir a polêmica que queria apenas deu a ele a oportunidade de ser magnânimo e generoso. Você disse que o Lula não sabe falar; mas me parece que enquanto da boca do presidente saíram palavras de conforto e acima de tudo elegantes, da sua — um intelectual reconhecido por muita gente, um senhor artista e cantor autor de livros publicados e filmes exibidos — saíram apenas bobagens repetidas, ditas com ódio injustificado: grosseiro, cafona, não sabe falar.

Onde você é grosseria e agressividade, o Lula foi elegância e delicadeza; e considerando que você perdeu uma grande oportunidade de ficar calado, ou de apenas declinar sua intenção de voto em Marina Silva, eu chego à conclusão de que você não é proveito, é pura fama. Sinto lhe informar algo que você já deve saber: nessa, Lula comeu o seu coração. Trincou, mordeu, mastigou, engoliu, mascou, moeu, triurou, deglutiu, comeu seu coraçãozinho de galinha num xinxim.

Eu não estou dizendo que seja muito fácil para você estar na posição em que está. Um de seus amigos, Gilberto Gil, foi ministro do presidente que você chama de analfabeto, e realizou um grande trabalho à frente da cultura brasileira. Sua mãe, uma tradição baiana de 102 anos, diz que gosta do presidente Lula e se sentiu incomodada com as suas palavras; e como coração de mãe é infinito tentou desculpar você chegando à essência da verdade: “Caetano é só um cantor”. Você ganha muito dinheiro apelando para leis de incentivo fiscal, as mesmas que enriqueceram a produtora de cinema de sua mulher. Poucos, como você, conseguiram aproveitar tão bem a onda de crescimento do país e o impulso que o governo Lula deu à cultura nacional. Por isso sou o primeiro a admitir que, sim, para você deve ser difícil adotar uma posição extremamente preconceituosa e elitista enquanto a realidade que lhe cerca lhe desmente a cada dia.

Você, eu sei, é fã de Fernando Henrique Cardoso. Quando o excelentíssimo senhor acadêmico era presidente, ele respondia às críticas de Chico Buarque ao modelo de país que implantava dizendo preferir você; e talvez seja esse incômodo diante da democracia e da convivência com um ponto de vista diferente que acabam aproximando vocês dois. Como duas comadres de maus bofes e mal amadas, vocês parecem fofocar entre si, conversinhas miúdas que não levam a nada

Fernando Henrique é aquele político brasileiro que faz filhos nas empregadas de casa e não os assume. O homem que o senhor venera e considera modelo para o país é o sujeito que esperava dona Ruth dormir para se esgueirar até o quarto da empregada, velho sátiro babão que se aproveitava de sua condição social; já o cafona grosseiro é aquele que ligou para sua mãe e disse umas duas palavrinhas de conforto, sabendo que ela ficou incomodada com as suas declarações bobas — bobas até para o padrão baixo que você tem seguido nos últimos anos; esse papo seu tá qualquer coisa, você já tá pra lá de Marrakesh.

Falei em dona Ruth e me lembrei que ela era uma muher admirável; talvez seja coincidência, mas as últimas notícias que vêm do excelentíssimo senhor sociólogo me dão a impressão de que com a morte de dona Ruth aquele senhor idoso perdeu o seu referencial moral; e não me refiro apenas às notícias de escapadelas senhoriais (que apenas me sugerem que ele sempre foi assim, escondido debaixo da capa da hipocrisia), mas ao teor de suas declarações, à sua disposição de se expor ao ridículo.

Caetano, acho que o seu problema é muito simples: você não consegue entender o novo. De certa maneira é triste ver que um sujeito a quem a cultura brasileira deve tanto, a quem a música pode olhar e dizer “eu sou filha ou neta dele”, tenha escolhido passar sua velhice dando sinais prematuros de caduquice. O tempo passou na janela e só Caetano não viu. Alguma coisa está fora da ordem, Caetano. E essa coisa é você.

Lula mantém popularidade em alta, diz pesquisa

Lula mantém popularidade em alta, diz pesquisa

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva mantém um alto índice de popularidade, segundo levantamento do instituto Datafolha divulgada pela Folha de S.Paulo neste domingo. Lula alcança 73% de popularidade, diante de 72% registrados na pesquisa anterior, feita em dezembro. A pesquisa mostra que 20% consideram o governo do presidente regular e 5% péssimo ou ruim.

A aprovação a Lula é a maior já obtida por um presidente desde que o Datafolha começou a fazer pesquisas nacionais de avaliação do governo federal, em 1990.

O presidente mantém boa popularidade mesmo entre os que declararam que irão votar no governador de São Paulo, José Serra (PSDB), para presidente (62% de ótimo ou bom). Entre os que declaram intenção de votar na ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff (PT), como sua sucessora, a aprovação alcança 92%.

O mesmo levantamento revelou que Dilma subiu e encostou em Serra nas intenções de voto para presidente. A diferença entre os dois diminuiu 10 pontos entre dezembro e janeiro, mas ainda é cedo para afirmar que há empate técnico entre a petista e o tucano, segundo o Datafolha.

A pesquisa foi realizada entre os dias 24 e 25 de fevereiro. Foram ouvidas 2.623 pessoas maiores de 16 anos. A margem de erro é dois pontos, para cima ou para baixo.


Diario do ABC

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

No DIÁRIO OFICIAL de hoje.

A GOVERNADORA DO ESTADO DO PARÁ, no uso das atribuições que lhe são conferidas pelo art. 135, parágrafo único, da Constituição Estadual, e

Considerando que as exonerações e nomeações para cargos comissionados de Direção e Assessoramento Superior-DAS, bem como de servidores em geral, da administração direta do Estado são atos administrativos de rotina;

Considerando a necessidade de agilizar as ações administrativas do Estado,

D E C R E T A:

Art. 1º Fica delegada competência ao titular da Secretaria de Estado de Governo para, respeitada a legislação em vigor, praticar os atos relativos a:

a) nomeação e exoneração dos cargos em comissão integrantes do Grupo de Direção e Assessoramento Superior-DAS da administração direta do Estado.

b) exoneração, a pedido, de funcionário ocupante de cargo de provimento efetivo da administração direta e indireta do Estado;

c) nomeação e exoneração dos cargos em comissão não-integrantes do Grupo de Direção e Assessoramento Superior-DAS, após aprovação do Chefe do Poder Executivo, excetuados os cargos dos Grupos Assessoria Especial e Assessoria de Gabinete.

Art. 2º Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação.

Art. 3º Revogam-se as disposições em contrário, em especial as contidas no Decreto nº 2.163, de 06 de abril de 2006.



PALÁCIO DO GOVERNO, 24 DE FEVEREIRO DE 2010

ANA JÚLIA DE VASCONCELOS CAREPA

Governadora do Estado

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Granja do Icuí vai ser doada para construção de casas populares

Possibilitar o sonho da casa própria as famílias do Pará, reduzir o déficit habitacional e trabalhar com muito vigor determinação para que a casa própria tenha qualidade e chegue primeiro aos que mais precisam, essa tem sido uma determinação do meu governo. Tenho buscado a parceria de prefeitos, da Caixa Econômica, do PAC - Programa de Aceleração do Crescimento.

Esse trabalho firme tem dado resultado: a Cohab, que é a Companhia de Habitação do Pará, tem 44 anos de existência e nosso governo, em 4 anos, vai entregar ao povo do Pará 35 mil habitações. O sonho da casa própria para 35 mil família, no mínimo, já que existem situações que até 2 ou 3 famílias moram juntas.

E a casa própria não para nesse número. Decidi que a residência governamental do Icuí será doada para a construção de casas populares. Faz muito mais sentido construir centenas de casas populares naquela imensa área, do que mantê-la para um governante.

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

"Eu gosto do impossível, tenho medo do provável, dou risada do ridículo e choro porque tenho vontade, mas nem sempre tenho motivo.
Tenho um sorriso confiante que as vezes não demonstra o tanto de insegurança por trás dele.
Sou inconstante e talvez imprevisível.
Não gosto de rotina. Eu amo de verdade aqueles pra quem eu digo isso, e me irrito de forma inexplicável quando não botam fé nas minhas palavras.
Nem sempre coloco em prática aquilo que eu julgo certo.
São poucas as pessoas pra quem eu me explico..."
Bob Marley

Lula é o cara!!!

24 de abril de 2009

Lula é o cara!!











Marcelo Carneiro da Cunha* de São Paulo


É dura a vida de colunista e escritor. Não adianta eu falar,
insistir, berrar aqui nesse espaço ou onde mais me deixarem à solta.
Tem que vir o Obama pra dizer em alto e bom inglês que o Lula é o
cara, Lula is the man, e aí sim, a imprensa repete aos milhões, o
Fernando Henrique tem um choque anafilático de tanta inveja e todo
mundo cai na real.

Isso não significa que eu não tenha críticas ao Lula ou ao partido.
Minha relação com eles é mais ou menos a que eu mantenho com as
mulheres: gostaria que fossem muito diferentes, mas, olhem só as
alternativas! Vivemos em um mundo real, com defeitos reais,
consequências infelizes da nossa humanidade. Compreender esse mundo e
governar para ele, tentando ao mesmo tempo torná-lo melhor, com
direito a alguma quantidade de sonho, é o que diferencia um político
competente de um estadista. E Lula é um estadista, o maior que já
tivemos.

Eu acho que boa parte desse preconceito contra o Lula é preconceito
mesmo, do ruim. Olhem o que eu ouvi ontem mesmo de uma moradora de um
bairro nobre daqui. Ela explicou que não torce para o Corinthians,
porque, afinal "tenho todos os meus dentes e conheço o meu pai".
Uffff.

Lula, por exemplo, que mal conheceu o pai, na infância, e não sei
quanto aos dentes, mas sei quanto aos dedos, torce para o
Corinthians. E eleger o Lula foi um momento sublime para os
brasileiros porque ele representou a nossa aceitação de nós mesmos
por nós mesmos, condição essencial para uma nação ser algo maior do
que um mero país. Eleito, Lula nos libertou e o Brasil deu o salto
que todos vivem, mesmo que não queiram ver.

Na América Latina, e eu leio a imprensa dos nossos vizinhos, Lula é
idolatrado como um grande líder nacional, que ama seu povo e se
dedica a defender os seus interesses, ao mesmo tempo em que tenta
sinceramente ajudar e integrar os que nos rodeiam. Somos admirados
por que passamos a nos levar a sério e deixamos de puxar o saco do
primeiro mundo, como fazia o nosso pomposo FHC. Barramos espanhóis
(inocentes, claro) na fronteira exigindo tratamento decente aos
nossos viajantes que entram na Europa. Lula não tem medo de ninguém e
exige estar no G-20, mas junto com o G-8, ou onde quer que se decida
alguma coisa.

Lula ajudou Chávez a sobreviver e hoje o enche de elogios, enquanto
sabota seus piores planos e ajuda o Brasil a vender e ganhar muito
com a Venezuela. Garantiu o empate na quase guerra de araque entre
Colômbia e Equador, fazendo o Brasil atuar como o líder que tem que
ser. Lula abriu agências da Embrapa em países africanos, onde nossa
biotecnologia tropical vai ajudar a combater a fome e criar uma
agricultura moderna. Ele também decidiu que não vamos exportar
petróleo do pré-sal, coisa de país atrasado, e sim derivados com alto
valor agregado. Isso não é lá visão geopolítica e estratégica? Viajou
aos países árabes, nunca antes assunto para nossos governantes e
criou laços que hoje se transformam em comércio, bom para todos.

Aqui dentro, já que o Brasil também é assunto, manteve sim a política
econômica anterior, mas lhe deu a direção social que faltava. E se
alguém acha que isso foi coisa pouca, imaginem as pressões que Lula
sofreu, às quais teve que resistir, enquanto a Argentina, aqui ao
lado, experimentava heterodoxias com o Kirchner e crescia 10% ao ano.
Imaginem o que foi para um ex-torneiro mecânico peitar toda a suposta
elite econômica instalada nos principais veículos de comunicação, que
tentavam dizer a ele para onde apontar o nariz e que aprendesse a
obedecer ou o mundo iria cair, culpa dele. Quem resiste a tudo e
segue firme no caminho em que acredita é um líder. L-Í-D-E-R. Acerta
e erra, mas lidera.

O maior mérito do Brasil de hoje é nosso, do povo brasileiro. Fomos
nós que soubemos mudar, acabar com o PFL, optar pelo moderno e, por
isso, hoje nosso destino se divide entre dois partidos e projetos
viáveis, PSDB e PT. Se os dois são viáveis, o PT é mais generoso, e
por isso a minha escolha.

Provavelmente seguiremos crescendo e nos afirmando como nação moderna
e emergente, capaz de alimentar a si e ao mundo, o que para mim já
está uma beleza, obrigado. Mas, alguém aí ousa comparar o Lula a
gente um tanto insípida, inodora e incolor, como Aécio, Serra e mesmo
a Dilma? Vamos talvez seguir rumo à prosperidade, mas de um jeito tão
mais sem graça. Vocês conseguem imaginar algum desses nomes acima
fazendo a frase sobre "banqueiros brancos e de olhos azuis, que
achavam que sabiam tudo de economia" que hoje é repetida no mundo
inteiro?

Lula, para mim, representa o fim do enorme desperdício que nosso país
sempre praticou, ao ignorar a humanidade e inteligência do seu povo,
acusando-o de ser pouco escolarizado. Eu tenho o privilégio de, de
tempos em tempos, encontrar com leitores de grupos de EJA (Educação
de Jovens e Adultos), na prática turmas de pedreiros, domésticas,
carpinteiros, eletricistas; gente que deixou a escola quando criança
e voltou agora, para aprender, inclusive, a ler. E ser lido por essas
pessoas é uma enorme honra para um escritor que gosta de ser lido. E
eles leem como ninguém, minha gente. Com uma garra e encantamento de
arrepiar. E raramente têm a chance de trazer essa visão absoluta do
mundo, essa experiência toda a para vida do nosso país. Lula,
prezados leitores, fez e faz exatamente isso.

Eu conheço meu ilustre pai, para o bem ou para o mal, tenho
praticamente todos os dentes e certamente todos os dedos, o que me
coloca em uma camada, digamos, privilegiada, no Brasil. Mas, mesmo
que não seja exatamente a minha cara, Lula consegue ser a cara
brasileira da minha alma, de tantas outras almas de nosso país e, por
isso mesmo, ele é, tem sido e vai ser o cara. O Cara, a nossa cara.

Pelo que eu conheço do mundo, essa coluna vai atrair toda uma
desgraceira pra cima desse colunista. Pois, muito bem, que venha.
Esperar menos do que isso, estar menos preparado do que estou para
combater o que vier, seria um desrespeito desse cidadão agradecido
aqui, ao seu presidente, a quem tanto admiro e por quem tenho mais é
que brigar mesmo. Podem vir, serão todos bem recebidos, e vamos em
frente, nós e o Cara, fazer o debate e o país de que tanto
precisamos.

Dizer "Esse é o cara" afirma a negritude do Obama e sua admiração por
Lula. Vivemos melhor em um mundo assim, de aceitações,
reconhecimentos, sinceridades. Se eles, que são políticos, podem,
então a gente pode tudo, até mesmo torcer para o Corinthians,
imagino, nesse admirável mundo novo que o século 21 nos traz.


*
Marcelo Carneiro da Cunha é escritor e jornalista. Escreveu o
argumento do curta-metragem "O Branco", premiado em Berlim e outros
importantes festivais. Entre outros, publicou o livro de contos
"Simples" e o romance "O Nosso Juiz", pela editora Record. Acaba de
escrever o romance "Depois do Sexo", que foi publicado em junho pela
Record. Dois longas-metragens estão sendo produzidos a partir de seus
romances "Insônia" e "Antes que o Mundo Acabe